sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Mudanças

E é com esse som de chuva que eu me despeço do passado, é vendo as gotas escorrerem pela janela que eu me sinto no chão. Parece até estranho se falar em futuro, quando se até o presente é indeciso e o passado é confuso. Não sei mais qual caminho seguir, se corro, se fico, se desisto. É intenso o que tenho, é pouco o que sinto, é grande o que penso. Eu espero que desta vez nada sai errado, já cansei de perseguir na direção contrária, já sem sentido o que tenho que fazer. Já desisti a muito tempo do amor, já desisti a muito tempo das pessoas. Mas finalmente tenho minha luz, uma vida promissora, sozinha, mas promissora. E não largaria nada pra ficar aqui. Eu não quero machucar as pessoas que eu amo, nem decepcionar as pessoas que eu preciso. Só quero que seja diferente, e que desta vez esse diferente dê certo.

Emily Cohen

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Meu talismã

Com o passar do tempo você descobre o que é bom e ruim pra você, descobre defeitos, descobre você. Mas é nesse passar de tempo que você busca encontrar o seu próprio ser, e é nesse meio que você descobre pessoas pelas quais vale a pena lutar e pessoas pelas quais não valem um centavo se quer. Tudo passa, suas fases passam, seu modo de agir, pensar e sonhar é diferente do que antes. Você tem mais força e agora arrisca tudo para seguir seus sonhos. A vida te abre portas e em nenhum momento você pode deixar essas oportunidade passar. Mas, e quando a vida te abre duas portas? O que fazer? Qual escolher? Quando na primeira porta ela te dá a oportunidade de sonhar e realizar esse mesmo sonho, que a muito tempo almejava, enquanto na segunda porta está todos os seus planos de uma vida a dois, de uma vida nova. É claro que planos mudam, e os seus acabaram por mudar agora.
Ter que partir e ver você ficar aqui, com certeza, será a coisa mais difícil que eu já fiz em minha vida. Mas se tudo o que eu deixar aqui, eu sei que sempre estará aqui, mesmo que longe ainda estarei guiando por vocês, estarei com vocês, dentro do coração. Em especial, você. Vai ser difícil não chorar todos os fins de semana que eu passar longe de você, vai ser difícil não reclamar da sua chatice e mesmo depois de brigar com você, ainda nos abraçarmos forte. É incrível como a vida nos dá tantas riquezas e como pode nos tirá-las tão rápido. Meu anjo, não se acanhe você ainda tem tua estrutura, tua base. Agora só não sei se terei base sem você por perto. É estranho, porque tudo o que eu tinha em mente, todos os planos, envolviam você e agora simplesmente falta um pedaço grande. E apesar de tudo, não posso te pedir pra desistir dos teus sonhos, porque eu não desistiria do meu. Só queria que entendesse o quanto vou sentir a falta de você, da turma e de todos aqueles momentos eternizados em minha memória e em nossos corações. Siga em frente, siga seu sonho e não desista no primeiro obstáculo. Eu estarei por perto se você cair, isso eu prometo, mesmo estando longe, estarei sempre cuidando de ti. Meu anjo, meu talismã.

Emily Cohen

domingo, 25 de dezembro de 2011

Desde quando você se foi

Se eu me lembrasse que, talvez, não lembrava do seu cheiro e pegasse um antigo frasco do seu perfume que fica na minha penteadeira ainda, só pra me lembrar. Se eu me lembrasse que eu não lembro do som da sua voz e discasse incansavelmente seu número, mesmo que sem sucesso de ouvi-lá de novo. Se eu me lembrasse que eu não lembrava do calor dos teus braços e pegasse um travesseiro seu, que ainda está no seu lado da cama, e o abraçasse forte. Se eu lembrasse que eu não me esqueci do teu sorriso e pegasse tua fotografia para me lembrar de tudo, pegasse tuas cartas com o cheiro do teu perfume e lesse até cair no sono. Eu sei, não faria diferença alguma, pois desde que você se foi eu tento não lembrar, eu tento me esquecer. E parece que a dor só aumenta, a dor só toma conta da nossa casa. Aliás, a casa parece grande demais pra mim, porque sem você tem um espaço enorme pra ser ocupado. E lendo aquelas cartas que me faziam chorar, enquanto meu coração angustiado era e sempre será teu. Lendo aquelas cartas pude ver a falta que você fazia e faz em minha vida. E eu morri, junto com você. Morri por saber que você tinha partido sem ao menos querer. E foi naquela guerra, aquela interminável guerra que sua vida terminou. Eu ainda leio tuas cartas, ainda espero um dia te encontrar.


 Marie, 
        Quem lhe escreve é o Tim, colega de guerra de Henry. Hoje, pela manhã, fazíamos nossa patrulha matinal, mas infelizmente fomos pegos de surpresa, eles nos atacaram tive medo, fui um covarde e assim que vi o que acontecia me escondi. Mas o Henry não teve medo e lutou. Lutou até morrer. Sinto muito, muito mesmo. Me sinto um incapaz, me sinto um lixo, por ter deixado ele ali no campo de batalha. Meus pêsames,  Henry se foi.

                                                                    Com carinho e dor,
                                                                                                Tim


E foram com essas palavras que eu morri. Não sabes a falta que tu me faz, não imaginas como é passar as noites sem o teu carinho, sem a tua presença. Mas tenho sido forte, pois sei que irei te encontrar, meu grande e único amor. E já tempo, mas eu ainda te espero.

Emily Cohen

sábado, 24 de dezembro de 2011

Maldita realidade

Ela corria sem rumo, queria um  lugar para seu esconderijo, ela queria fugir, então ela corria, o mundo a assustava demais. E ela simplesmente queria se esconder, se esconder do mundo, das pessoas, das coisas ruins. Ela queria o lugar mágico que ela vivia na imaginação, mas ela não podia tê-lo, o mundo real era cruel demais pra deixar ela viver o sonho. Ela queria sumir ou apenas voar, e sentir o vento bater em seus cabelos. Ela queria sentir, mas as pessoas insistiam em machucá-la, insistiam em deixá-la mais fria do que o comum. Ela não tinha o lugar dela, ela não tinha o espaço dela, ela era do mundo cruel, ela era desprotegida e por isso não sentia, não amava. Por isso se colocava em falsos sorrisos. Ela tinha muito medo do mundo, ela tinha medo do que as pessoas podiam fazer com ela. Ela só queria o mundo dela, aquele mundo que ela podia estar sem medos. Mas ela não podia, a realidade a puxava e colocava os pés dela no chão. Ela tinha medo de cair, e tinha um medo maior de não conseguir levantar, tinha medo derramar lágrimas, de não ser forte o tempo todo. Tinha medo do tempo passar, por isso queria fugir, por isso não podia ficar. Por isso ela corria sem rumo, ela queria um esconderijo, um lugar onde o mundo fosse mais dela, mais calmo, porque a realidade assombrava ela demais.

Emily Cohen

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Sinta-me sem poder

Feche os olhos, escute minha voz lhe dizendo o que fazer. Sinta minhas unhas roçarem na sua nuca e minha mão suave acariciar seus cabelos, sinta meu corpo, sinta meu desejo, sinta-me por completa. Sinta meus olhos encontrarem os seus, sinta meu amor, sinta meu coração, sinta meu eu. Não desapareça de novo da minha vida, não quero apreçar nada, só quero tua presença, nem que seja por ausência ou distância, eu ainda quero você na minha vida. Me perdoe se eu não sei me controlar. Só que você sabe, eu faço tudo errado. Eu te quero e ao mesmo tempo não posso te querer, eu te amo e ao mesmo tempo não posso amar. Não faz sentido, mas olhar nos seus olhos e lhe poder oferecer meu carinho já basta. Não precisa ser meu, só quero demonstrar todo esse carinho que eu sinto, quero lhe dar todo esse amor que eu guardo em mim, mas que eu guardo só pra te dar. Quero ver seu sorriso de novo, quero que seja verdadeiro, quero que seja meu, quero que seja eterno. Não precisa ser pra sempre, seja enquanto durar, seja enquanto puder... Ou até seu coração mandar. Eu sei que ainda gostas de mim, eu sei que ainda me vê como sua pequena mulher, mas não me faça mais perder o tempo que perdi esperando por você. Eu esperei tempo demais, e agora vou embora. Mas seja meu enquanto puder, enquanto durar... Ou até seu coração mandar. Venha me proteger dos meus medos, dos meu fantasmas, eu até faço um café forte. Só me sinta. Só me deixe demonstrar isso que guardo pra tu.


E depois do amor, a separação é dolorosa, torturante.É dor, é mágoa, mas uma hora passa e se não passar, a gente faz passar. A angústia assola os nervos, interrompe os músculos de agir. É estranho, mas é verdadeiro, depois do primeiro beijo, aquele amor nunca será esquecido. O sonho dura, mas a realidade encurta.

Emily Cohen

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

AGRADECIMENTO.


AGRADECIMENTOS:
Obrigada por lerem e acompanharem o meu blog e o caminhar de meus contos, espero que continuem me acompanhando nesse novo ano, pois tenho certeza de que mudará muita coisa em nossas vidas! Um Feliz Natal e Um Próspero Ano novo a todos! Obrigada

Izabelle Tomazetti - Emily Cohen

É dia de Natal

Hora de comemorar pelos erros, ressaltar os defeitos, realinhar as linhas tortas, enfrentar o desapego. É natal, é hora de se torna meu, é hora de ser meu. É hora de vir embrulhado em um laço grande, ou até mesmo uma fita vermelha cor de sangue. Não me importo. Cria tua família, não estou pedindo pra ficar. Cria teus frutos, rega tua horta. Só me venha com embrulho. Porque é natal. É época se festa, amor, união. Seja minha festa, meu amor, minha união. Não se prenda aos rastros apagados do passado. Venha com embrulho novo, venha com gosto novo. Venha com vida nova.



Emily Cohen

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Os dois lados da moeda

01:10 : Telefone toca, eu atendo, meia sonolenta ainda com os olhos fechados: - Alô?! E ninguém responde, repito mais umas três vezes e nada. Espero então calada, imaginando, ainda sonhando. A linha cai e eu caio. Volto pro cama. Novamente toca, mas desta vez há uma resposta.

- Alô?!
- Não fala nada, só me escuta!
- (Silêncio)
- Se lembra do dia em que nos conhecemos, pois é, aquele dia mudou o meu rumo. Mudou minha história, apesar de não ter gostado nem um pouco de te conhecer, você de certa forma me fez mais homem. Me fez crescer. Se lembra das nossa primeira conversa pra valer, quando começou a descobrir minha história, quando começou a me amar, pois é, eu também te amei. Se lembra das nossas intermináveis madrugadas falando besteiras, jogando conversa fora, se lembra de quando te ensinei a primeira nota do violão. Se lembra de tudo o que passamos juntos. Eu sei que se lembra, por isso liguei. Liguei pra ver se você ainda lembra de quem eu era, porque eu não sei mais o que eu era. Liguei pra saber se você ainda me quer, pra ver se ainda me ama. Liguei pra ver se ainda me espera e se diz que me ama ainda. Liguei pra ver como está sua voz, se mudou muito desde quando eu parti. Liguei pra ver se você mudou, se está mais bonita, se está mais mulher. Liguei pra ver se meu rosto ainda faz parte do seu cociente, se ainda se lembra de mim a cada amanhecer, se ainda se lembra de mim a cada nascer e por do sol. Se ainda me quer. Se ainda me ama. Se lembra das nossas besteiras idealizadas juntos, pois é eu só sabia a magia do verdadeiro sorriso quando tinha você. Eu só sabia o que era ser feliz quando te tinha por perto, e por incrível que pareça ainda penso em você. Ainda penso na minha pequena mulher. Queria saber se você poderia me ajudar a me encontrar, porque eu acho que sem você não dá. Você pode?
- (Silêncio)
- Eu sei que ainda me quer, eu sei que ainda me ama. Então, por favor me ajude a me achar?
- Não!
- Não ?! Não me ama ?!
- Não posso te ajudar a se achar!
- Por que ?
- Porque desde que você se foi eu me perdi. Não tem como ajudar quem me fez perder. Perder o rumo o sentido das coisas. Só posso te ajudar se eu me achar primeiro.
- Quer que eu te ajude ?!
- Não!
- Por que ?!
- Porque quando eu ouvi sua voz eu encontrei uma fresta do que eu era. E se você estiver aqui poderíamos nos achar juntos. Como um suporte um pro outro.
- Estou indo ai, a chave está no mesmo lugar?
- Sim!
- Eu te amo. Tchau!
- (Silêncio e a linha cai).

Toca a campainha. Corro para abri-lá.

- Você veio rápido.
- Eu estava aqui o tempo todo.

Emily Cohen   

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Lágrimas escorridas

Ele não sabe o quanto as palavras me machucam, ele não tem a minima noção de tudo o que eu passo. E cada lágrima que eu derramo agora é porque eu estou morrendo, cada lágrima escorrida pelo meu rosto agora é uma parte da minha alma indo embora. Cada pedaço do meu todo se vai com cada lágrima escorrida. E eu tenho sido forte, aguentado provocações, ilusões e dores, que apenas eu sei o que eu faço. Eu me sinto um lixo, como se não valesse nada, com se eu não merece nem um cuspe no chão. E minhas lágrimas ainda estão escorrendo, caindo em cima desse papel, agora todo molhado. Quando é que as pessoas que eu mais admiro irão confiar em mim? E a minha cabeça não para de doer. Minha vontade era de acabar com tudo isso, minha vontade era esquecer tudo, morrer pra se mais sincera. Mas eu continuarei forte aqui, como sempre fui, como sempre aguentei. Só que uma hora eu tenho que colocar pra fora e quando eu colocar, perceberá que será tarde demais pra voltar atrás.

Emily Cohen.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Quem inventou o amor ?

Um gole de cerveja aqui, um trago de cigarro ali, uma reboladinha pra lá, uma pegação pra cá. Pessoas enlouquecidas, música alta, amores entorpecentes, paixões irrelevantes. Mais uma dose de whisky, um pouco mais de drogas, algumas tragadas no cigarro, outras cheiradas na cocaína. Mas, ei fique, a noite apenas começou, ainda nem senti o prazer do seu amor. Ilusão aqui, ilusão ali. Mas espere, quem foi que inventou o amor? Mais uma tragada, dessa vez mais forte. Vento, agora, batendo em meus cabelos, uma adrenalina peculiar, mais uma garrafa de cerveja e mais um maço de cigarro.

- Me leve pra casa, agora!

Cama, colchão, o mundo vira, as paredes se movem e o mundo dissolve. Comprimidos espalhados pelo chão da cozinha, sexo rolando no banheiro, vômitos por toda a sala e eu jogada ao pé da cadeira. O mundo gira e as paredes se movem, mas ei, espere, quem inventou o amor?

Emily Cohen

Seus olhos azuis

Hoje, seus olhos azuis já não me surpreendem mais. Seus olhos azuis já não se misturam ao mar, e não aquecem mais minha alma. Esses olhos azuis já não me seduzem, já não me fazem quente. Esses seus olhos azuis já não dizem mais nada, já não interferem em nada. Mas é quando esses teus olhos azuis se encontram com esses meus olhos negros que a mágica acontece. É quando o negro do céu e o azul do mar se encontra que o amor inicia. É quando nossos olhos se encaixam que nos perdemos. E só quando o imenso céu se desprende da imensidão do mar que nós nos encontramos. Quando nossos olhos não se encontram há certa segurança em nossos seres, e quando se encontram sai faíscas de fúria, ódio, amor, paixão, sedução. E eu não me importo de ser tua. Eu não me importo de perder o céu, o ar, estando ao mar, o resto é pura poesia. Mas, mesmo assim, estes seus olhos azuis só me surpreendem quando se encontram com os meus olhos negros. Assim como o céu e o mar, nossos olhos se cruzam ao horizonte, não são unidos, mas quando vistos juntos são tão lindos de presenciar. Não são uma coisa só, são duas partes, dois pedaços, dois laços. Mas, hoje, seus olhos azuis já não me surpreendem mais.

Emily Cohen

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Morte

A morte arde pela garganta, sobe pelas fendas e desaba pelos olhos. Esmaga os órgãos, inflama o ventre. Entope as veias, sufoca os pulmões, estoura as articulações e simplesmente se vai. A morte é rápida, ás vezes dolorida, ás vezes torturante, agonizante, mas a morte traz paz. Paz de espirito, paz de amor. A morte vive entre a gente. A morte mora com a gente e só espera a hora certa de nos despejar.

Emily Cohen

Fogo queimado


Sabe, querido, aquelas marcas que você tinha me deixado. Aquelas mesmas marcas pelas quais o roxo ainda doía ao tocar aquela região, pois é, hoje minhas marcas são piores. As marcas que levo hoje não são simples escoriações de pele. As marcas que tenho no meu corpo agora, são de dor. São dores de ferro quente, papel amassado, fogo queimado. E pra ser sincera, as marcas agora não doem apenas com o seu toque, mas doem também com suas palavras, com suas atitudes e com a sua ausência. E dói tanto, que chega um ponto de loucura, chega ao ponto em que a dor é tanta que começo a alucinar, viajar, ver coisas. E imagino que você também sinta essas marcas, esses ferimentos, mas que não são feitos por mim. São feitos por aquela que não te ama, que te usa e te abusa. E eu simplesmente, fico aqui, me marcando por você, te vendo sofrer e me fazendo sofrer. E mesmo te querendo eu prefiro me manter distante, distante do que me machuca, do que me faz chorar. Mas eu ainda penso em ser teu fogo queimado, teu cheiro desgastado, teu mundo desajeitado, teu caminho, teu encontro, tua perda. Eu ainda anseio por ti. Eu ainda me firo por ti, porque não houve ainda alguém que se ferisse por mim.

Emily Cohen

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Sentir já não faz parte de mim

A saudade aumenta, os olhos lacrimejam, o coração se aperta e a dor... Bem, a dor continua viva. O vazio que ela preenche é maior do que a vontade de persistir. O valor que ela tem sobre o meu todo já não cabe mais a mim lutar contra isso. É imenso demais. É a causa de todos os males de todo o meu ser. É loucura. Mas em partes é bom. E por mais que eu queira sair desse mundo, que eu queira fugir dos fantasmas, não iria adiantar. Os fantasmas estão dentro de mim, e não há maneiras de fugir daquilo que vive preso em nós. Também não posso fugir das lembranças, dos sentimentos que ainda me torturam e tampouco posso me livrar da saudade. Mas quando a saudade começa forte demais, a gente desaba, transborda. Como se fosse simples não sentir, posso querer controlar o que tenho dentro de mim, mas não posso impor algo impossível. Ele ainda está em mim e sei que ele ainda pensa em mim. Sinto a falta dele, mas não preciso dele para poder seguir a minha vida. Sigo assim, vazia, esgotada. Sem medos, anseios e sem vontade de continuar viva.

Emily Cohen 

domingo, 11 de dezembro de 2011

Agora ?

E é essa sensação de que não temo nada mais, nem mesmo a dor, nem mesmo o amor. Não temo o medo de arriscar e nem o medo de não me deixar arriscar. Eu não temo mais. O que eu tenho que fazer eu faço, o que eu quero sentir eu sinto. Não é apenas um sentido racional, mas é uma maneira de me sentir segura comigo mesma. Uma forma de me proteger. E eu não irei mudar os meus conceitos, não irei mudar as minhas virtudes, os meus anseios e apelos por ti. Apenas sigo meu caminho. Eu irei me descobrir, me inventar e reinventar. Irei ser o que sempre fui, mas mais madura, mais astuta. É impressionante como tudo parece fazer sentido agora. Agora que não sinto, agora que sentimentos não passam de uma farsa. Só me diz o que você fará com a sua vida? Irá ficar, seguir ou desistir ? A escolha é sua, as atitudes são suas. O medo é seu. E o coração é meu.

Emily Cohen

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Café passado


Depois de uma noite inteira de amor, acordo de manhã olho pro lado e você não está lá. Me desespero um pouco, mas me levanto meia sonolenta, vou até o banheiro lavo meu rosto e me olho no espelho. A felicidade hoje me consome, e eu ouço você lá da cozinha me chamando: - Querida, eu fiz o nosso café!  E meu coração dispara. Seco meu rosto, visto aquela camisola, coloco os chinelos, e desço as escadas. Te olho e você diz: - Você é tão linda quando acorda e tão linda quando dorme, você é linda de qualquer jeito! Desço num pulo pra perto de você e lhe dou um abraço , te beijo, te sinto. Respiro fundo e sinto cheiro de café passado, café amargo. Sento-me a mesa, e te observo. Como algumas bolachas, tomo seu café amargo. E me sinto incrivelmente leve, feliz. Em paz. E isso só acontece quando você está aqui, perto de mim. Pode até parecer loucura, mas meu amor, é só você que consegue cuidar de mim. É só você que consegue me fazer completa. Eu te amo e é simples como o café passado, e ás vezes transborda em mim. Esse amor é grande demais. É profundo demais. E é tão simples. É tão meu, é tão nosso.

Emily Cohen

domingo, 4 de dezembro de 2011

Não importa

E é essa vontade de te ter aqui perto que não me deixa desistir, não me deixa desistir do teu olhar, do teu sorriso. É essa mesma vontade que me faz querer sempre colocar um sorriso no seu rosto. E machuca todas as vezes que a gente briga, ficar longe de você. Eu espero que um dia você possa estar do meu lado e que queira estar aqui, como eu quero estar do seu. Não quero que suma da minha vida. Quero que seja constante, presente. E totalmente entregue a mim, não quero mais ter que acordar todos os dias e não ver você lá me acordando. Não quero ter que viver minha vida sem você. É tão simples pra mim, vir aqui e escrever, mas fica complicado tentar demonstrar, mas eu estou tentando mudar, estou tentando mudar por você. E é só você que me faz querer correr atrás. Me seguro demais pra não mandar sms's a cada 15min, ou a cada vez que lembro de você. Eu espero que não seja tarde demais para eu poder demonstrar esse amor que eu tenho aqui. Não precisa largar tudo pra ficar comigo, só diga que fica do meu lado quando eu precisar e que quando eu estiver sofrendo por você, por favor, seja a pessoa que eu possa contar. Só saiba que eu te quero, mesmo não podendo e mesmo tentando não ligar. É tão difícil ficar longe de você. É difícil te ver e não sentir o seu abraço.

Emily Cohen

sábado, 3 de dezembro de 2011

Só ela

E aquela ardência sobe pela garganta quando ela aproxima seu corpo do meu, aqueles lábios tão chamativos e tão naturais dela, me enlouquecem. Ela provoca, eu provoco. Mais algumas caricias, mais alguns beijos, mais alguns copos de whisky. E eu não me importo de estar com ela, ela sabe me fazer bem, ela sabe ativar o fogo que sai dentro de mim, e eu sei que é só ela. Só ela. Aquele jeito que ela acaricia o meu rosto, o toque das suas mãos tão macias passando pelas minhas costas. Aquele perfume de mulher que só ela tem. E aquele beijo. Aquele beijo que pertence só a mim e mais ninguém. A cada movimento uma nova sensação, a cada toque um novo sentimento, a cada palavra um novo começo. E ela sabe exatamente do que eu preciso, ela sabe exatamente o que eu quero. Ela sabe como eu sou, ela sabe os meus gostos. Ela me conhece bem. E só com ela que isso acontece, aqueles suaves carinhos com toque de amor me matam de alegria. E eu quero ela, e é só ela.

Emily Cohen

Tudo o que eu sentia


O pior é saber que tudo o que me dizia era mentira. E saber que eu estava certa desde o começo, mas você me fez acreditar que eu era a errada, que eu tinha colocado seus sentimentos no chão. Mas quer saber, eu cansei de ser a pessoa que as outras não dão o valor, posso ser muito melhor que você. Um dia você irá acordar e vai se arrepender de cada segundo que ficou longe de mim, e ai você verá o quando vai doer. Você vai ver como será torturante me ver nos braços de outro(a) , e se arrependerá amargamente de tudo o que me fez sentir e de todos os sentimentos que você jogou pro vento. Você quis assim, não estava disposto a jogar tudo pra ficar comigo, então agora também não estou mais disposta a jogar tudo pro alto pra ficar contigo. Porque quando eu disse que eu te amava, era verdade, mas quando você disse que me amava, era apenas uma brincadeira. Você feriu o resto de sentimento que ainda me vazia quente. Agora isso acabou. Vou voltar a minha antiga vida, ou melhor, irei mudar completamente a minha vida. Mudar de cidade, fazer novos amigos e quem sabe encontrar alguém que dê o valor naquilo que você deixou escapar, e estava tão fácil pra você me ter nas mãos. Se não fosse tão estúpido, se não fosse tão idiota. Agora já era, não vou parar de viver pra correr atrás de você. Não vou parar para te esperar. E se um dia nossos caminhos se encontrarem de novo, eu espero que você esteja feliz. Onde estiver, eu espero que esteja feliz. Porque apesar de tudo eu te amo e te quero bem, só não te quero pra mim, porque nós não fomos feitos um pro outro. Eu não fui feita na sua medida e você não foi feito na minha medida. Simplesmente, caminharei em rumo ao destino que eu escolhi. E de agora em diante será totalmente diferente do que eu planejei. Agora será só meu e de mais ninguém. Seguirei sozinha.
Mesmo assim o pior de tudo, é lembrar todas as manhãs que eu entreguei meus sentimentos a você, que eu demonstrei e você simplesmente o traiu, isso é que dói mais.

Emily Cohen