quarta-feira, 21 de março de 2012

Algemas de nós mesmos

E de uma forma estranha as coisa realmente se põe em seus devidos lugares. Amigos se tornam desconhecidos, chegados se tornam inimigos, inimigos se tornam chegados, desconhecidos se tornam amigos. E a gente, simplesmente, passa por isso e não percebe o quanto deixamos pra trás. Não percebemos o rumo no decorrer do caminho e nos damos conta que as nossas vidas passam. Não percebemos que as escolhas que fazemos mudam o nosso futuro, mas não o nosso destino. Corremos contra tudo o que achamos errado, lutamos pelos nossos ideias e quando olhamos nossa estrada percorrida é como se um furacão houvesse passado por lá, e deixado erros para pensarmos, alegrias para lembrarmos e saudade para chorarmos. E quando olhamos bem lá distante, bem perto do fim da nossa jornada, vemos uma escuridão: medo, ansiedade, anseio, força, dor, alegria, tristeza, felicidade, amor, ódio... é uma mistura tão pura que se torna escura. Escura ao nosso ver, mas nós apenas caminhamos, fazendo nosso futuro e nos esquecendo do passado e nos prendendo cada vez mais ao nosso a caso.

Emily Cohen

sexta-feira, 16 de março de 2012

Aprendi hoje

E tudo parecia estar onde deveria estar, você lá e eu cá. Mas por alguma razão nós nos deparávamos um com o outro e a vontade de ter-nos surgia, como mágica. Como se fosse nosso o mundo e apenas nós pudéssemos fazer dele o melhor de nós. Estimei, planejei, me importei com aquelas que coisas que na verdade não se faziam importar. Dei-me mais valor do que emoção, dei -me mais razão do que confusão.. tornei-me mais seca do que a prisão. Quis ser tua, tu quis ser meu, mas por fim o destino não nos deu. Tive a impressão de que não éramos pra ser "nós" e sim "você" e "eu" , assim como tu, me fiz sozinha... e assim como tu, aprendi sozinha, tive medos, tive dores, que assim como tu, passei só. Caminhei sobre tuas pegadas marcadas pelo mar durante semanas, mas não quis prosseguir, coloquei-me em novos rastros, novas praias, novos começos, mas sem uma única decepção. Fui forte e valente, fui eu e fui você por muito tempo, e nós não enxergávamos isso, apenas continuávamos sofrendo por nós dois. Tu sabias que era meu, mesmo sem não ser, mesmo sem perceber e durante meu tempo viva, sabia que era tua, mesmo sem não ser. Durei para entender esse sentido de sentimentalismos, emoções e convenções, tudo isso são sincronizações que a vida nos proporciona sem que percebamos que tudo não passava de meras lições de vidas. Que apenas deveríamos deixar de lado o "você" e "eu" , esquecer o "nós" e se "apenas eu" e "somente você". Aprendi hoje. Porque nós sempre seríamos nós.

Emily Cohen