sexta-feira, 14 de outubro de 2011

You were my fire.

Você foi o meu fogo, que queimou em mim. Assim, sem pretendente, sem controle. Você me deu a esperança, me deu força e depois desistiu de mim, me deixou. Mas eu continuei queimando, assim sem controle. Eu continuo te vendo, mas não posso mais sentir você. Continuo precisando da sua presença, mas eu não posso mais. Não posso mais caminhar sozinha. Já se passou tempo demais desde quando você se foi. Me deixou de mãos atadas. O que você quer ouvir ? O que você quer saber ? Eu estou cansada demais pra poder continuar. Então, eu vou embora. Não dizer adeus novamente. Mas mesmo assim eu vou caminhar, até a minha casa, até o mar, eu não sei ainda o rumo que minha história tomará. Porque o calor que eu tinha em mim, era você que dava, era você que aquecia esse corpo, era você que movia. E como todo o "pra sempre",  esse também se desfez. Eu queria poder continuar, mas a dor de uma nova perda será inevitável. E eu não irei suportar te ver indo embora, de novo. Você me deu paz, me deu força, me deu esperança de que poderíamos rodar, mas você arrancou tudo isso como se não significasse nada pra você. Você me fez queimar, você me fez chorar. O nosso amor queimou com a sua arrogância e agora tudo o que temos é cinzas. Por isso eu vou embora, nem que seja só pra tentar não lembrar, eu não quero uma outra despedida. Eu não vou aguentar.

Emily Cohen

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Tempo arrastado


É engraçado como o tempo passa diferente quando você está sozinha. Passa arrastado, meio avoado, abobalhado. Agora, aqui , sentada sozinha em frente a uma Matriz. Com pessoas passando depressa, carros e motos. Com o som dos pássaros, eu tento relaxar, mas o barulho da sua voz insiste em surgir em minha cabeça , da mesma forma que o ronco de um motor ou o som alto de um carro. Sento-me aqui, isolada da civilização. Isolada da argumentação. Apenas estou aqui, e viajo dentro do meu próprio mundo. Tentando achar lógica, tentando achar os erros e o recomeço. Tentando encontrar a mim. E quando eu fico assim lembranças boas me veem. E quando eu fico assim, consigo te ter perto de mim. É o única tempo que eu tenho totalmente só. Só eu e meus pensamentos soltos ao vento. E minhas palavras presas com tinta no velho caderno. A noite está chegando calma e serena. As cigarras cantam , ao som dos pássaros.

Badala o sino das 18h30. As luzes se acendem, deixando o lugar mais romântico. Crianças brincam livremente entre as árvores e os bancos. Enquanto casais apaixonados se beijam em frente à mim. E eu aqui, sozinha , observando os focos, as luzes, os bichos, as pessoas. Observando a mim.

Acho que eu ainda espero que você apareça, acho que é por isso que fico aqui. Meus devaneios continuam, meus devaneios se misturam e por um instante pensei que era você que vinha em minha direção. A lua brilha forte, agora, sobre meus olhos. E eu ainda olho com a esperança que você me apareça e mude este contexto.

- Sinto lhe informar Coração, mas ele não vem!  - diz minha cabeça. E meu coração acelera com o resto de esperança que ainda o tem. E vai ser assim, acho que ainda vou lhe esperar. Meio abobada. Sentada na praça esperando você aparecer.

Emily Cohen

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Infância Infanta.

"Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar. Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar".   É infância velha, esquecida, adormecida. Infância desguarnecida , infância doida. Infância infanta, infância infantil. Apenas Infância.

- Vamos, venha. Vamos correr de um lado para o outro, sem nos preocupar com a contas vencidas do fim de mês.

Ande, corra, pule, brinca, lembre que um dia tu já foste feliz. Tu já foste criança. Tu já foste infanta. Pura. Olhe no olho de uma criança e veja a verdade nos olhos negros sinceros. Veja o doce balançar dos cabelos esvoaçantes ao tocar o céu com o carrossel. Deseje novamente se sujar de lama. Queira reinventar brincadeiras de lavadeiras.

- Venha brincar com tu infância jogada as memórias guardadas. Venha relembrar de como eras criança. Pura e inocente.

Corre com teu passado, brinde teu futuro e morra no presente. Tua infância lhe guarda com ela. Mas ti, guarda contigo tua infância ?  Somos pequenos agora que somos grande... mas eramos grandes quando na verdade eramos pequenos. Abandona-te o choro da dor de um ralado e agora sofres por massacrar-te o peito. Preferes morrer jovem ou viver velho? É a tua escolha, é o teu destino, é a tua infância. É bela, é rica, é sua, é dela, é dele, é nossa. Infância Infanta

Emily Cohen