sexta-feira, 29 de junho de 2012

Entenda por meios

E se a verdade fosse mentira, a mentira fosse verdade, o dia fosse noite e a noite fosse dia, você ainda estaria aqui perto de mim? Creio que sim, imagino eu que isso seja loucura demais para se pensar nas razões, mas é louco, é amor, não é? Creio que nesse vai e vem de perguntas você já se perguntou como é que coisa tão simples se tornara algo tão grandioso, magnífico, aconchegante aos olhos de quem vê e eterno aos olhos de nós dois. Creio que nesse jogo nunca houve regras, ou soluções cabíveis de orgulho, creio que nesse jogo os jogadores impõem a si próprios as sua regras até aprenderem a jogar direito. Minhas regras, que impus a mim mesma para o jogo, foram arrancadas e tacadas ao vento com um simples olhar seu. Sem que eu pudesse me defender você acertou em cheio meus muros deixou-os irem a ruínas, aqueceu minha alma e descongelou meu coração, fez ele bater, acelerar e, finalmente, amar. Creio que já sigo tão a frente que o futuro cega os olhos, ofusca a mente. Mas não me prendo ao futuro, quero só sentir a brisa do vento bater no rosto, o arrepio da espinha subir e o calor do seu corpo perto de mim.

Emily Cohen

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Imagine só

Com todo os detalhes observados, imagine só: as brigas acabadas nas cama, as gritarias silenciadas com um beijo, as agressões transformadas em abraços apertados, os choros parados com risadas. Imagine só, as noites frias esquentadas pelo calor dos corpos, os desejos saciados com vontade, as lembranças transformadas em sorrisos. A saudade acolhida nos reencontros de todos os dias. As noites mau dormidas pelo choro do nossos filhos. A casa toda bagunçada, o cansaço do trabalho, mas sempre com tempo de ficarmos agarradinhos na sala. Imagine só as contas vencidas do fim dos meses, nós descabelados arrumando uma forma de economizar. Imagine só a alegria que seria nosso lar. Imagine só: nós, nosso lar, nossa família.

Emily Cohen

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Nosso futuro

E é sem querer, eu paro e logo penso em você. Já teve vezes que me peguei imaginando como seria nossa casa, nossos filhos, nosso lar. Já me peguei imaginando nós dois velhinhos, cheios de tatuagens escutando um punk rock na varanda e vendo a família reunida, nossos dois filhos já com suas próprias vidas, nossa casa pequena e toda aconchegante pra nós. Eu sentada numa cadeira de balanço com uma das nossas netas no colo e contando de quando eu me apaixonei por você, e você e nosso filho jogando bilhar do outro lado da nossa varanda. Nosso lar seria tão perfeito. E é sem querer que eu imagino e planejo toda uma vida para nós dois. Já imaginei os detalhes do nosso casamento, de como seria o quarto do nosso primeiro filho, como seria a decoração do nosso quarto, como seria nossa sala, nossa cozinha, nossa rotina diária. E tudo parece ser tão perfeito, e eu fico aqui, sorrindo sozinha, lembrando de você.

Emily Cohen

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Hoje sou


O tempo já não faz nenhum sentido: quando penso que passou, ele ainda está lá, e quando penso que ele está lá, ele já passou. Você bagunçou meus horários, mexeu com meus fuso-horários, tirou minhas noites de sono, e não foi por ser ruim, mas por me fazer feliz. Já não sei se voo alto e toco o céu, ou se voou baixo e toco o mar. Já não tenho mais tempo de pensar, e essa felicidade já não me cabe tanto. Assusta um tanto. Os olhos já não se ofuscam com a dor, não se escondem atrás de um refletor. Hoje transpareço e padeço em alegria, e me dissipo em harmonia. Já não me encontro em estado lúcido, hoje sou só devaneios, sou só emoções, sou só o vento leve no rosto. Sou sorriso, abraço, carinho. Sou eu e você.

Emily Cohen

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Não tive medo de voar



Uma certa vez, me disseram que eu era sonhadora demais, que vivia nas nuvens e que uma hora eu iria cair. Mas eu não tinha medo de voar, não tinha medo de ser feliz, até cair. E quando cai, tive medo de voltar a voar. E me tornei realista demais, via defeitos em tudo, queria achar explicação pra tudo. Até encontrar o que faltava, até aprender a voltar a voar, a sonhar, a sentir. Mas dessa vez eu não tive medo de cair de novo, eu voei e se eu cair de novo, a vida segue e a gente aprende a voar de novo. Se asas se partem, elas podem ser concertadas e podem voltar a funcionar, podem te levar de novo ás nuvens. Não vou desistir de tentar, eu vou aprender a voar de novo.

Emily Cohen