quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O que deixei, não me prende mais

Eu deixei de dizer palavras que tinham todo o sentido, pra deixar o silêncio responder nossas dúvidas. Eu não deixei lágrimas caírem, para que elas não viessem com som de dor. Eu deixei de abraçar os braços das pessoas que amei, para que quando elas me deixassem não sobressem o vazio dentro de meus braços. Eu deixei de morrer, para que as pessoas vivas pudessem enxergar as verdades que guardo. Eu deixei de sorrir, para que quando sorrisse saberia que o sorriso era de verdade. Eu deixei de amar, para quando eu amasse soubesse valorizar cada centímetro da pessoa amada. Eu deixei tanta coisa, e aprendi a viver sob tantas dúvidas. Hoje eu tenho palavras que fazem todo o sentido e quero dizê-las. Hoje o silêncio me assusta. Hoje eu deixo as lágrimas caírem, porque caem com som de alegria. Hoje abraço as pessoas que eu amo, sem medo que elas partam e deixem o vazio que tantas outras deixaram. Eu sei que hoje posso morrer, porque sei a verdade e não preciso que todos saibam dela, só as pessoas que merecem a verdade. Hoje eu posso sorrir, e meu sorriso pode sair com luz para que todos vejam através dele o quanto sou real. Não gosto de despedidas, mas elas são inevitáveis. Gosto do gosto amargo que elas tem e do gosto doce que a saudade deixa em mim.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Ê vida

Pare de me assustar ao dizer que já partiu, pare de achar que o mundo não irá te trazer de volta. Pare de me assustar com suas conversas de menino assustado, já somos bem grandinhos pra viver brincando de faz de contas. Não temos mais tempo a perder, mostre-me seu sorriso e se renda aos meu abraços. Queira viver o tempo que ainda nos resta para sorrir e não nos preocupar com o mundo lá fora. Sabe que sempre fomos fortes, que chegamos até aqui e não caímos com qualquer coisa, sempre fomos firmes. Não seja bobo dessa vez, o mundo é grande demais...e um dia ele te trará de volta pra mim. Deixe de ser palhaço.
Olhe nos meus olhos, amor, diga pra mim que eu não sou mais a menininha por quem você se apaixonou, diga que eu sou mulher. Segue esse ritmo de "tum tum" do peito e se jogue nessa mesma dança. Sorria, seja meu pelo menos por uma semana. Não vou conseguir ser forte o tempo todo, sei que irei chorar. Mas diga que estará bem, que eu me viro por aqui... aliás sempre me virei, de uma maneira ou de outra. Sempre houve um sussurro teu em mim. Queria que a música fosse mais lenta, que o tempo parasse para ver nós dois abraçados em algum lugar no meio do nada. Queria que a dança fosse rápida, mas não combinaria com o embalo da música, mas não me importaria. Nunca me importei. Então aproveite o tempo que temos, e não me deixe estragar tudo.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Vou chegar no último vagão

Já me acostumei com a tua ausência. Acredito que você já se acostumou com o vazio, e também acredito que já nos acostumamos com o mundo. Eu sei, tudo ainda parece bem igual. Mas não tá. Tudo mudou, e ninguém parou pra olhar o sol morrer e ver que a noite já não tem tantas estrelas, que a lua aparece e ninguém tem tempo de apreciar o brilho dela. Os valores da humanidade se acabou, hoje já não se importam mais com o seu 'bom dia', mas sim pelo valor, de preferência em dinheiro, que ele trará. Por isso não se falam mais "bom dia", "boa tarde", "boa noite", "obrigado", "por gentileza". E a gente? A gente se perdeu no meio da multidão também, não conseguimos andar de mãos dadas enquanto as pessoas cortavam as suas mãos por trabalho, dinheiro. Lutamos por algo que nem ao menos sentimos, mas lutamos. Lutamos pra vencer a guerra de um mundo onde o amor não se sustenta mais por si só. E morremos na batalha final. Nos testes finais, fracassamos. Agora creio que você tenta mostrar pra ela o mesmo que tentou mostrar pra mim, talvez faça ela escutar as mesmas músicas que você dizia que era nossa. Talvez você mostre o luar da sua janela também. Talvez isso sirva de consolo pro seu peito. Talvez você encontre razão pras suas loucuras. E eu? Eu já me acostumei com a tua ausência, já escuto aquelas músicas sem lamentar os fracassos, já não penso em você. E eu? Eu vivo agora... E você? Eu sei lá, está passeando por ai pra encontrar sentido na vida.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Você parecia tão meu...parecia

Você parecia tão meu. Parecia que "nós" eramos realmente nós. Parecia que seu sorriso era mais feliz ao meu lado, parecia que o pão era mais saboroso quando dividia comigo. Até o escuro parecia menos assustador com você. Palhaços eram engraçados. E tudo foi embora e só restou a dor, a saudade, as lágrimas e a nostalgia de dias felizes. Eu ainda não entendo bem, ainda acho que acordarei e vou ver você do meu lado. Ainda durmo na esperança de só acordar quando você me trouxer o café na cama. Ainda durmo na esperança de sonhar contigo e não acordar. A sua falta ainda me dói, mas eu sei que vai passar. Eu sei que ficarei bem melhor. Sei que não vou sentir mais nada. Mas ainda me resta esperança de você se arrepender, e voltar pra mim. De bater na minha porta e dizer que se enganou quando disse pra si mesmo que poderia viver sem mim. Que se enganou, que achou que não era amor. Que se enganou quando procurou  em outros braços o que já havia achado em mim, mas que não viu. Que se arrepende de ter me deixado ir. Que te dói quando a noite cai, e quando vê a lua. Que sente saudade do meu sorriso e das minhas loucuras. Que ainda sorri quando pensa em mim e que lembra dos momentos passados ao meu lado. Queria que lesse  o que escrevo, queria ver seu rosto ao me ver chorar. Queria tanta coisa de você, e acho que esperei tanta coisa de você e no fim fiquei com o nada, com o vazio, com a dor. Foi só isso que restou. E o amor? O amor evaporou, sumiu com as cinzas do seu cigarro, ou com a fumaça dele. O amor MORREU. E eu nem sei se eu fui culpada disso. Eu ainda quero tanta coisa sua.

Se lembra quando eu escrevia e sorria ao te mostrar minha poesia, feliz da vida por ter você pra ler. Pois é. Se lembra quando ficávamos planejando nosso futuro juntos e como seria morrer de saudade quando estivéssemos longe, pois é. Se lembra de quando nos mordíamos, sorríamos e morríamos de gargalhar, pois é. Se lembra de olha nos meus olhos e dizer que me amava. Pois é, eu me lembro. Lembro do céu estrelado ao nos encontrar. Lembro do seu olhar de menino velho me protegendo. Lembro-me dos seus braços cuidando de mim nos dias ruins. Pois é, eu me lembro de tudo. E você será que se lembra? Será que ainda sabe quem sou? Será que ainda lembra meu nome? Ou se pôs a esquecer e esqueceu?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

E já deu tudo o que tinha que dar. Já deu momentos felizes, já deu sorrisos verdadeiros, já deu momentos tristes, já deu lágrimas merecidas, já deu lágrimas escravizadas pela chuva. Já deu amigos, inimigos, amores, ilusões, dores e alegrias. Já deu tudo o que tinha que dar. Já me tiraram sonhos demais, já destruíram todos os conceitos que eu construí, já me engaram, já enganei, já fui roubada e já roubei. Já deu tudo o que tinha que dar. Quero momentos novos, mas não com os mesmos lugares. Quero lugares novos, mas não com os mesmos momentos. Quero tudo novo. Quero amigos novos, quero casa nova, quero cidade nova, faculdade nova, amores novos, erros novos. Quero tudo novo. Porque no velho já me levaram tudo o que tinha. No velho me levaram até o amor. No velho perdi tudo e ganhei tudo. No velho me perdi, no velho esqueci, no velho envelheci. Já deu tudo o que tinha que dar. Já me levaram sonhos demais.