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domingo, 9 de dezembro de 2012

Vou chegar no último vagão

Já me acostumei com a tua ausência. Acredito que você já se acostumou com o vazio, e também acredito que já nos acostumamos com o mundo. Eu sei, tudo ainda parece bem igual. Mas não tá. Tudo mudou, e ninguém parou pra olhar o sol morrer e ver que a noite já não tem tantas estrelas, que a lua aparece e ninguém tem tempo de apreciar o brilho dela. Os valores da humanidade se acabou, hoje já não se importam mais com o seu 'bom dia', mas sim pelo valor, de preferência em dinheiro, que ele trará. Por isso não se falam mais "bom dia", "boa tarde", "boa noite", "obrigado", "por gentileza". E a gente? A gente se perdeu no meio da multidão também, não conseguimos andar de mãos dadas enquanto as pessoas cortavam as suas mãos por trabalho, dinheiro. Lutamos por algo que nem ao menos sentimos, mas lutamos. Lutamos pra vencer a guerra de um mundo onde o amor não se sustenta mais por si só. E morremos na batalha final. Nos testes finais, fracassamos. Agora creio que você tenta mostrar pra ela o mesmo que tentou mostrar pra mim, talvez faça ela escutar as mesmas músicas que você dizia que era nossa. Talvez você mostre o luar da sua janela também. Talvez isso sirva de consolo pro seu peito. Talvez você encontre razão pras suas loucuras. E eu? Eu já me acostumei com a tua ausência, já escuto aquelas músicas sem lamentar os fracassos, já não penso em você. E eu? Eu vivo agora... E você? Eu sei lá, está passeando por ai pra encontrar sentido na vida.

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