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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Um conto de um José qualquer

Odeio reformas, odeio pedreiros, odeio a sujeira que a reforma faz...odeio mais ainda o barulho que ela tem. Mas odeio mais ainda a reforma que faço em mim a cada decepção e a cada desilusão. Odeio ter que me transformar a cada nascer do sol. Odeio fingir que vai ficar tudo bem, odeio sorrir quando minha vontade é chorar, odeio sussurrar quando minha vontade é gritar. Odeio o sorriso falso das pessoas que era importantes para mim.


Então, permaneceu em si, por odiar reformas... naquele dia não se reformou. Acabou esquecendo-se de levantar e dizer "bom dia", acho que se esqueceu de sorrir...ou de morrer. Acordou e lá permaneceu em si, do mesmo modo que a semana passada, ou do ano passado. Permaneceu olhando o teto branco e as paredes azuis. Ahhh... as paredes azuis, elas que em dias claros davam a impressão de ser o céu, e o teto branco, impressão de ser nuvens. E nesses dias claros, ele voava em si, viajava em si. E em dias cinzas assim como hoje, tudo ficava monocromático, não havia divisões de cores. Havia cinza apenas, e seus devaneios soterrados em meio às reformas que aconteciam no mundo lá fora, mas não nele. O mundo que em tão pouco tempo mudara com tanta rapidez e perdia, com a mesma rapidez, o sentido de girar. Finalmente, levantou...e começou a criar as suas ilusões, sonhava acordado, parecia tão irreal olhando-o de fora. Fingiu que amou, fingiu que tomou o chá da tarde com o Príncipe Charles, fingiu que lutou na Guerra Fria, fingiu que derrotou os alienígenas, fingiu ser herói de acampamento, fingiu ser tão importante pra si mesmo, fingiu que era importante pro outros, fingiu que ganhou e que perdeu, fingiu que correu, fingiu que sorriu, fingiu que foi a uma festa de rock, fingiu que bebeu, fingiu que se drogou...e de tanto que fingiu... fingiu que morreu. Mas ele sabia que não era tudo o que fingiu ser, e colocou a cabeça no travesseiro e dormiu, e no dia seguinte... fingiu que se reformou e viveu.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Uma bebedeira qualquer

Ás vezes acho que o muito que eu tenho pra oferecer pras pessoas, é muito pouco de mim. Ás vezes acho que me perco em meio ao tumulto em mim. Acho que por vezes, deveria sentar na calçada, olha o luar e sonhar, me comover com as cenas de romance das novelas... mas não. Eu insisto em viver o real, insisto em assistir a minha novela real, o meu romance não tão real. Mas insisto. E se eu for a primeira a desistir de tudo? E se eu me cansar de morrer uma vez por dia? E se eu cansar de mim? Quem lutará por minhas convicções? Quem dará a cara a tapa por minha teorias malucas pelo sentido de viver ou morrer? E se eu desistir? Garanto que não farei tanta falta para muitos, mas pra dois ou até três farei falta... mas não serão eles que lutarão por minhas causas.

Não serei pai, não serei irmão, não serei tio ou padrasto... serei ninguém. Ninguém com algum nome comum, um endereço qualquer, um registro geral, com digitais e assinatura própria, serei ninguém com uma família e posso até sonhar em ter algum romance, mas mesmo assim serei ninguém. Ninguém com dores, ninguém com amores, ninguém com amigos ou família, serei só... por isso serei ninguém. E quem sabe um dia acordo disposto a lutar por ninguém e virar alguém pra muita gente...

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

E de você e eu?

- Qual é o preço de um sorriso pra você?
- Depende do sorriso. 
- O dele...
- Ahhh, o sorriso dele... não tem como explicar, é que quando ele sorri é como se eu me perdesse em um momento tão feliz, é como se nada existisse, como se meus problemas fossem embora. O sorriso dele pra mim, não tem preço. O Sorriso dele é tudo, vê-lo sorrir aumenta minha vontade de viver.

E assim como tudo passou, o dia passou. O sol se pôs e por mais algumas horas os dois se amaram... sorrindo. 
O jeito dela agir com ele, era como se o quisesse pra sempre, e o jeito dele olhar pra ela, era como se nunca tivessem saído um do lado do outro. Eram amigos, eram amantes, e amavam um ao outro. Os dois eram retardados, idiotas, se odiavam por quase um segundo, e depois se amavam mais. Brigavam o tempo todo, mas nunca deixava que um magoasse o outro.
Eram inteiros, eram completos, eram felizes, eram eles. Eram e são... não havia meio termo pra eles, não há. Eles são, e ponto final.
A história é antiga, vazada em conhecimentos baratos e experiências inúteis, mas sempre levavam ao mesmo lugar. Levavam a eles... e assim viviam.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Nostalgia de tempos remotos

São lembranças bobas, perdidas no tempo e escondida na memória, mas que quando são descobertas e relembradas, trazem a mesma sensação de paz...igual de quando aconteceu. Trazem sorrisos em nossas faces e nos fazem ficar bobos com essas pequenas fagulhas de lembranças. Nos fazem rir sozinhos, lembrar de pessoas que passaram e que não voltaram pra nossas vidas, pessoas que ficaram e são tão importantes agora, que não imaginamos a minima possibilidade de estar sem elas ao nosso lado. Pessoas que passaram e deixaram muita saudade, pessoas que deixaram mágoas, pessoas que apenas passaram, mas cada uma com um ar de paz. E que cada momento, cada lembrança que ficou perdida lá no fundo da memória, ao ver essas pessoas acabam surgindo em nós, e trazem paz. Lembranças das brincadeiras incansáveis de infância, que hoje são mais lentas se forem brincadas. Lembranças de amores, amigos... que hoje fazem parte da nossa formação de caráter. Lembranças da escola, e lembranças da vida. Lembranças das brigas, dos abraços, dos beijos, dos risos, dos choros, das alegrias, das tristezas, lembranças que hoje vieram a tona em minha cabeça. Fotos guardadas trouxeram cheirinho de esperança a mim. Sorrisos bobos me fizeram enxergar o que me fazia feliz, e o que me faz feliz até hoje... que são essas lembranças, essas nostalgias de dias remotos guardados em mentes expostas ao mundo moderno. Pequenos lapsos de memórias perdidos no tempo, que foram ficando escondidas em meu baú de escolhas. Notalgia de tempos que antes era apenas um momento, mas hoje são muito importantes...cada lembrança e cada nostalgia jogada ao vento.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Luar sereno, luar.

E o Luar veio pelo metade nesta noite de brisa fria. Metade igual minha vida, metade de inteiros separados pela metade de um muro, metade de duas vidas. Metade de uma vida inteira. O Luar surgiu com ar de rei e dormiu com ar de escravo, sentou-se ao lado de uma estrela menor e papearam a noite inteira. Iluminaram meus passos enquanto minhas lágrimas escureciam minha visão. E não havia motivos pra eu chorar, mas eu chorei. Não havia motivos pra eu enlouquecer, mas enlouqueci. Eu não tinha motivos pra morrer, mas parti. Não haviam razões pra viver, mas eu vivi. Eu apenas tenho medo de dias sombrios, tenho medos que nem minha mente desconfia que tenho. Tenho dividas comigo, promessas não cumpridas, desculpas que nunca foram usadas, palavras que nunca pronunciei. E tenho vontade de gritar ao mundo tudo o que explode em mim. Não sei o que é, mas explode e arde pra sair. O vento ainda bate em minha pele e me faz arrepiar, move cada fio do meu cabelo e me mata por dentro. O Luar veio pela metade nesta noite de brisa fria.