sexta-feira, 21 de junho de 2013

Um tal conto de um ponto diferente

Eles dormiam e acordavam juntos, sem nem perceber que estavam juntos. Ele a amava, ela o amava. Eles queriam ser um, mas eram dois. Queriam ser dois, mas eram um. A rotina desgatou um amor que não se acabou. A dor tomou conta de algo que não dói. A solidão se fez, mesmo eles sabendo que não estavam sozinhos. A alegria nos olhos passou, apenas, a ser motivo do sorriso dos filhos. Lutavam, lutavam, mas não saiam do lugar. Procuravam, procuravam, as não se achavam. O tempo morreu para eles. A mente matou o que ainda está vivo. Eles figem se odiar, eles amam se matar todos os dias porque não vão desistir do que ainda resta desse amor. Por isso ainda vivem juntos, dormem e acordam no mesmo lugar, brigam e desbrigam pelos mesmo motivos, vivem e morrem juntos, sem nem perceber.