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terça-feira, 28 de junho de 2011

Flores murchas.

Olho no vaso com as flores murchas, me lembro do tempo em que a primavera era melhor que o inverno. Lembro de quando tudo tinha um gosto diferente, um sabor distinto. Lembro da época em que tudo fazia sentido, o vinho era mais saboroso, o lanche da noite era mais gostoso. Lembro quando levantava em silêncio, com medo que meus pais acordassem e me desse aquela bronca. Lembro do medo de rabiscar as paredes e depois não conseguir apagá-las. Lembro das brincadeiras no quintal, dos banhos de mangueira, do sabor que tinha brincar no barro e não se importar em sujar as roupas. Lembro que antes a decisão mais difícil a ser tomada era tirar as rodinhas de apoio da minha bicicleta ou não. Lembro das coisas mais incríveis. Lembro das bonecas espalhadas pelo chão, dos brinquedos jogados pela casa, lembro que se eu tivesse um sonho ruim era só eu gritar e minha mãe estaria em instantes do meu lado, me mimando e me abraçando. Lembro das coisas simples da minha infância. Lembro das flores jogadas na calçada na primavera.
Quero aquele tempo de volta. Mas a única maneira de parar o tempo é em uma fotografia. Então pego os álbuns de fotos da infância e fico horas e horas olhando-as , vendo-as jogadas por toda a sala. Sozinha. Uma lágrima escorre pelo rosto e eu simplesmente não quero estar ali. A única coisa que eu quero é voltar, naquele tempo onde as flores não estavam murchas.

Emily Cohen

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