Mas ai eu conheci ele. E tudo mudou. Mudou o rumo da história, mudou o sentido. De horário virou anti, de normal virou retardado, de igual virou diferente, de monótono virou a vida que eu sempre quis. Sem roteiro, sem direção, eu fiz a minha história junto com a sua vida.
E eu fui tão dele. E ele foi tão meu. E então de sonho virou realidade. Mas a realidade se tornou pesadelo. Foi aquele dia em que tudo se tornou nada e alegria se tornou desespero. Eu o esperei como todos os dias. Eu esperei ele chegar com carro na frente de casa, abrir o portão e guardar o carro. Esperei ele descer do carro e vir me abraçar, na cozinha, porque eu preparava o jantar. Ele abria aquele sorriso e dizia : "-Querida, como foi o seu dia ?" . E me surpreendia com um beijo na testa , no rosto ou até mesmo aquele ardente beijo em minha boca. Ia pro quarto e me irritava deixando suas roupas jogadas por toda a casa. Mas me fazia bem. Ele ia pro banho, e deixava o banheiro todo molhado. E vinha se sentar a mesa comigo. Conversávamos sobre o trabalho e sobre o dia cansativo dos dois. Nos divertíamos, sem ao menos esperar e se ao menos terminar de jantar , estávamos nos agarrando em cima da mesa. E a noite rolava. E eu o amava.
Mas nesse dia ele não chegou. A única coisa que eu recebi foram as flores do almoço no serviço com um bilhete , escrito : "Você é minha razão, e eu te amo. P.S: hoje será um dia inesquecível". E foi, estava na cozinha preparando nosso jantar romântico, então o telefone tocou e depois disso eu morri. Ele havia ido embora, ele me deixou, e sim aquele dia foi inesquecível , foi o dia em que a minha razão de viver morreu. Foi o dia que eu morri. E me arrependo por não ter dito a ele todos os dias que eu o amava. E agora o que resta é esperar. Só esperar.
Emily Cohen
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