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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Canção de morte

Deixo aqui os meus pêsames de mim mesma para eu mesma. Deixo minhas lágrimas caídas em cima do meu caixão, deixo minhas dores pela minha partida. Deixo umas flores de funeral para eu mesma. Deixo meus pertences aos que merecem, e trarei minhas lembranças dos dias que fui feliz comigo. Não é por ser egoísta que deixo o meu corpo, é por pensar em todos. Deixo minhas memórias escondidas do mundo a tanto tempo que não sei se seria possível recuperá-las após minha morte. Então, recebam minha alma com gratidão ai em cima. Agradeço aos que merecem serem agradecidos, e agradeço a mim quando estiver parada igual uma estátua em um terno de madeira. Olharei por mim e me verei tão serena, parecendo que durmo, parecendo que uma hora acordarei, mas não. Deixo aqui os meus pêsames a vocês, e os meus pêsames a minha alma, a mim mesma. Deixo minhas cartas escritas, e não se acanhe em lê-las são fragmentos de mim cuspidos em palavras. E não se acanhem de chorar, não ficarei feliz, mas entenderei os motivos. Lembrem-se que isso que me pus a escrever me deixou feliz, um pouco fragmentada. Leiam essa canção com ritmo: que começa rápido, vai ficando lento e por fim para de tocar, igual ao meu coração.

Izabelle Tomazetti

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