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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O vago das lembranças

E por algumas horas fiquei sentada no meio do quarto, só depois dessas algumas horas reparei que estava ali naquele quarto vazio, sem vida e sem cor, naquele quarto todo branco...onde antes era tudo cor de rosa, era vivo, era vermelho, azul, roxo, amarelo, e de repente ficou branco, apenas branco. E eu reparei que estava ali sentada no meio de todo aquele branco, sentada no meio do quarto vazio, sem móvel algum, apenas com uma janela mau iluminada, me peguei lembrando de coisas que não estavam ali, lembranças de memórias coloridas e cheias, e que no momento branco e vazio do quarto não era apto e nem digno de tais lembranças, mas elas estavam ali. E mesmo vazio e branco, o quarto ainda tinha cheiro de tinta fresca e pra mim ainda tinha gostos, ele rodava como se houvesse festa e me prendia como se fosse filme. Olhei então pras paredes meio mau acabadas e reparei uns dois ou três pregos nela, havia marcas retangulares em volta, lembre-me dos quatros e consequentemente lembrei-me da comoda que ficava acomodada logo abaixo dos quatros, vi eles como se estivessem lá, e vi os portas-retratos em cima dela... vi o violão ao lado dela, o suporte da tv  do lado dos quadros, na parede da janela vi a cama e os ursinhos em cima dela, havia um guarda-roupa também, quase encostado na cama, uma escrivania e de um lado dela havia um diário e do outro um retrato seu. Fiquei parada olhando ele, mesmo sabendo que ele não estava mais lá, eu o vi... e quando percebi, estava parada no meio do quarto sem móvel algum, estava parada lembrando de coisas que não deveriam estar na minha cabeça.

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