sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Cheiro novo de coisa velha.



Sinto falta de quando eu era feliz, em que não havia corações partidos ou decepções. Sinto falta de encher a cara e não dever isso à ninguém, de ir em shows de rock e me drogar até cair. Sinto falta de sair com os velhos amigos. Sinto falta de agarrar meninos e meninas. Sinto falta do que eu era. Sinto falta do que você era. Sinto falta de você. Sinto falta de nós dois. Sinto falta das sensações, das borboletas no estomago, do frio na barriga, dos arrepios na epiderme, das provocações tuas e do tesão. Sinto falta do gosto exótico do teu corpo, do cheiro de perfume do teu pescoço, daquele sabor da tua boca. Sinto falta de você. Sinto falta do prazer das coisas, prazer de sentir teu corpo no meu. Mas agora é tarde demais pra mudar o passado, tarde demais pra te ter. E agora tudo o que eu faço é me dar o luxo de ser esquecida, como um porta-retrato com uma foto, de nós dois, envelhecida e com poeira.

Emily Cohen

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