segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Um adeus severo

Eu não vou mais implorar pra vê-la chegar, nem pedir pra ela me levar. Nem tampouco me divertir quando ela aparecer. Só quero que ela chegue silenciosa e rápida, sem dor e sem angústia. Mas espero que ela chegue agora, não quero esperar a hora, só quero fazê-la acontecer. Quero saber como é a dor, as visões da outra vida. Quero viver meu sentido maior, porque aqui já nada mais existe. Já morri e sobrevivi por longos tempos, por longos períodos, mas desta vez eu não quero mais. Quero apenas morrer. Morrer. M-O-R-R-E-R, que palavra medonha, mas também chamativa. Quem sabe até suculenta seja ela. Mas um tanto quanto tardia. Esperar? E morrer esperando ela chegar? É essa a ideia, esperar? Acho que não. Então, adeus aos amigos, adeus aos familiares, adeus a tudo. Já não me faço em terra, não posso mais navegar no mar, não posso sentir o vento enquanto voava e muito menos sentir a doçura do mesmo. Hoje não quero mais ver o sol. Não quero mais viver de luz. Quero achar o meu sentindo em vida, mas talvez ache-o com a morte. Adeus, amigos. Adeus.

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