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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Tempo arrastado


É engraçado como o tempo passa diferente quando você está sozinha. Passa arrastado, meio avoado, abobalhado. Agora, aqui , sentada sozinha em frente a uma Matriz. Com pessoas passando depressa, carros e motos. Com o som dos pássaros, eu tento relaxar, mas o barulho da sua voz insiste em surgir em minha cabeça , da mesma forma que o ronco de um motor ou o som alto de um carro. Sento-me aqui, isolada da civilização. Isolada da argumentação. Apenas estou aqui, e viajo dentro do meu próprio mundo. Tentando achar lógica, tentando achar os erros e o recomeço. Tentando encontrar a mim. E quando eu fico assim lembranças boas me veem. E quando eu fico assim, consigo te ter perto de mim. É o única tempo que eu tenho totalmente só. Só eu e meus pensamentos soltos ao vento. E minhas palavras presas com tinta no velho caderno. A noite está chegando calma e serena. As cigarras cantam , ao som dos pássaros.

Badala o sino das 18h30. As luzes se acendem, deixando o lugar mais romântico. Crianças brincam livremente entre as árvores e os bancos. Enquanto casais apaixonados se beijam em frente à mim. E eu aqui, sozinha , observando os focos, as luzes, os bichos, as pessoas. Observando a mim.

Acho que eu ainda espero que você apareça, acho que é por isso que fico aqui. Meus devaneios continuam, meus devaneios se misturam e por um instante pensei que era você que vinha em minha direção. A lua brilha forte, agora, sobre meus olhos. E eu ainda olho com a esperança que você me apareça e mude este contexto.

- Sinto lhe informar Coração, mas ele não vem!  - diz minha cabeça. E meu coração acelera com o resto de esperança que ainda o tem. E vai ser assim, acho que ainda vou lhe esperar. Meio abobada. Sentada na praça esperando você aparecer.

Emily Cohen

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